quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Pelo fim das coisas
sábado, 26 de setembro de 2009
O dia depois de hoje
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
O de setembro
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
HD 2
A chuva
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
É possível formatar um HD sem querer?!
terça-feira, 4 de agosto de 2009
De volta às plantas
Projetos insólitos
Mas o que é afinal o projeto?! Segredo de estado, por enquanto. Saberão quando for a hora, e se esbaldarão.
sábado, 1 de agosto de 2009
Plantas
terça-feira, 28 de julho de 2009
Coragem
quinta-feira, 9 de julho de 2009
O tempo
Resolvido. Eu iria falar sobre o tempo, mas isso é passado, já era.
sábado, 4 de julho de 2009
Escrever ou ler?
terça-feira, 30 de junho de 2009
Enfim o livro
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Por detrás dos livros 4
Entrei no sistema da biblioteca, cujo acesso me era franqueado com a senha de meu supervisor, aquele merda que cagava regra por onde passava e que era sistematicamente sacaneado e boicotado por todos.
sábado, 27 de junho de 2009
Por detrás dos livros 3
Resolvi então revirar o lixo de Laura. Ler sua lista de livros, ou parte desses, para tentar entender um pouco mais daquele ser que tanto me encantava. A cada leitura nutrientes são absorvidos pelo corpo mental e armazenados em nossas memórias de curto, médio e longo prazos. De acordo com as necessidades futuras esses blocos informacionais são recuperados de nosso hard disk. Somos, portanto, constituídos de tudo que vemos, que ouvimos, que cheiramos, que pegamos, que comemos e, claro, que lemos ao longo da vida.
Com Laura não seria diferente e entrar em seu universo de palavras seria entrar em sua mente e, o que mais me excitava, entrar em seu corpo idílico.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Por detrás dos livros 2
A lista de livros de Laura me atraiu a atenção por ser breve mas ao mesmo tempo intrigante. Os livros da biblioteca geralmente são emprestados para finalidades distintas. Uns, retirados por bandos ruidosos, para atender às demandas criadas pelos professores dos mais diversos cursos. Para resolver problemas de provas, trabalhos práticos, seminários. Outros, em menor volume, se prestam ao entretenimento de seus leitores. Diversão, fruição, deleite. Os do primeiro tipo são geralmente maltratados e surrados, enquanto os outros, emprestados unicamente por vontade de seus leitores, são limpos, bem cuidados e, por vezes, até carinhosamente restaurados.
A lista de Laura reunia, estranhamente, as duas coisas:
O velho e o mar, de Ernest Hemingway;
Atlas de Anatomia Humana, de Henry Gray;
La musica de Julia, de Alicia Steimberg.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
terça-feira, 16 de junho de 2009
Olha a proa
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Filhotes
domingo, 14 de junho de 2009
Domingo de porco
sábado, 13 de junho de 2009
Ratos
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Dia dos Namorados
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Leitura
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Por detrás dos livros
Como me era de costume, recolhi da impressora a segunda via do recibo de empréstimo para analisar os livros que Ela acabara de emprestar da biblioteca. Me sentia como que revirasse os sacos de lixo deixados pelos vizinhos com a intenção de reconhecer nos resíduos abandonados seus hábitos de vida. O máximo que consegui revirando sacos de plástico azul transparentes foi saber quando a vizinha estava menstruada, quanto pediam de comida chinesa ou se alguém estava desarranjado. Não necessariamente nessa ordem.
Os livros não. Esses me sussurravam sobre o estado de espírito de seus leitores. Me entregavam paixões secretas e mágoas profundas. Me confidenciavam, como quem precisa de um cúmplice, a respeito de intenções perversas, de traições. Davam pistas sobre as diferentes mãos que os manusearam e passaram suas páginas. Dedos finos, longos e brancos, como os de uma pianista que acaricia e transfere calor para o frio marfim das teclas de um piano de 1/4 de cauda Zeitter & Winkelmann. Dedos curtos e de unhas roídas capazes de operar milagres com uma lapiseira Pentel 0,9 sobre o papel macio de um moleskine capa dura. Dedos sujos, com pó de carvão, cheiro de verniz fixador e restos de tinta sob as unhas mal aparadas. Dedos aristocráticos, hidratados, com unhas pintadas a esmalte claro e pontas francesas, sem calos, sem manchas, sem vida.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Evaporar
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar
Como se morrer
Fosse desaguar
Derramar no céu
Se purificar
Ahh deixa pra trás
Sais e minerais, evaporar!"
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Coisas sábias
domingo, 7 de junho de 2009
+ coisas
Nasci pro mar
Me falta o ar,
Nasci pro mar.
Saltei do cais,
Senti os corais.
O azul tingiu,
Perdi o navio.
Subiu a maré,
Vem, iemanjá.
Nasci e morri,
no mesmo dia em que vi o mar.
Fugiu a areia,
Ouvi a sereia.
Provei do sal,
Fiquei sem nau.
Nublou-me o sol,
Sem nem farol.
Me falta o ar,
Morri no mar.
Nasci e morri,
no mesmo dia em que vi o mar.
Siul Rasec (14.06.2007)
sábado, 6 de junho de 2009
Coisas
Meu Neto
Passavam das oito da manhã quinze minutos quando o telefone chama e do outro lado meu segundo filho me surpreende com a notícia de que meu primeiro neto acabara de nascer. O escroto, não do meu neto, mas do meu filho, mas não o escroto de fato e sim a escrotice, fez com que ele e minha nora, que nesta época andava às voltas com exercícios de yoga e técnicas de acompanhamento do trabalho de parto, resolvessem toda a tensão do momento com uma calma samaritana. Meu filho, não bastasse ter assistido tudo de perto, ainda garantiu a integridade física de minha nora e de sua dignidade. O mesmo filho que desmaiou ao ver uma incisão de pouco mais de um centímetro de largura na pata de uma cadela pastor alemão que tivemos.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Paraíso I
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Desonra - J.M. Coetzee
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Rotina
terça-feira, 2 de junho de 2009
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Me anestesiei
domingo, 31 de maio de 2009
Gasolina
sábado, 30 de maio de 2009
O camelo e a flor
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Vinho barato
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Golpe
Tenho que confessar que, apesar do pouco tempo desde que iniciei a empreitada, tive que dar uns golpes na atualização do blog. Posts diários dão um trabalho grande, aliás, danado. E acabei juntando uns posts no mesmo dia e trocando as datas de publicação. Foi fácil, mas prefiro confessar a malandragem. Era isso, confissão.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Por detrás dos livros 1
A senha, por favor. O silêncio que pairava opressor e abafado foi dissipado pelo som seco das seis teclas sendo pressionadas com rapidez por um único dedo da mão direita. Ela me dispensou um obrigado entre tímido e burocrático, recolheu os três títulos que pendiam sobre o balcão e me deixou a passos lentos e ruidosos. O solado de borracha de seus sapatos vermelhos crepitava contra o piso gasto de paviflex amarelado.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Outros sons
segunda-feira, 25 de maio de 2009
A morte em branco e amarelo
domingo, 24 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Sábado tem post?!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Coisas que escrevi
Meu irmão
Eu tinha lá pelos meus três ou quatro anos quando reparei pela primeira vez que meu irmão vivia olhando o mundo pela janela do carro. Um ano, sete meses e quinze dias. Era a diferença que tínhamos de idade, ele mais velho. Quando estava com dez meses teve que parar de mamar porque minha mãe ficara grávida de mim. Desde muito cedo disputamos a atenção dela. Quando ela ficava um pouco mais com meu irmão eu inventava logo um choro sem motivo, mas, que me rendia alguns instantes de vantagem. Sempre achei que o tempo ao seu lado era precioso, só não sabia porque, eu apenas sentia. Meu irmão também sabia disso e sempre tirou proveito de sua condição de primogênito para estar próximo dela. Herdei seu berço laqueado branco com protetores de algodão recheados de espuma. Aliás, herdei quase tudo que podia apesar de ser menina. Até cuecas eu usei por falta de calcinhas limpas. Junto com o berço vieram as grades e a desvantagem de precisar sempre de alguém para me desvencilhar delas. Meu irmão ganhara uma nova cama pintada de branco lavado, uma espécie de pintura aguada que precisava de um nome que lhe rendesse presença nas boas lojas de móveis e que esteve na moda durante alguns anos de nossa infância. Trinta e dois centímetros do chão eram os únicos obstáculos que o separavam da liberdade. Ele escapava toda noite e se metia, fingidamente sonâmbulo, por entre minha mãe e meu pai. Tinha o estranho hábito, que hoje sei bem que não era nada estranho, de se deitar atravessado na cama. A cabeça encostada em minha mãe e os pés, principalmente os calcanhares, divididos entre os olhos, o nariz e a boca de meu pai.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Outras palavras
Uma brisa
A vida é uma brisa que sai pelas narinas,
Morna e profunda nos sonhos juvenis,
Seca e ofegante nos trêmulos passos da subida,
Acre e ocre nos bigodes branco neve.
A vida é uma brisa que sai pelas narinas,
Gasta na contagem regressiva do suicida,
Aguda no esforço muscular da pneumonia
Invisível no intervalo opressor de uma apnéia.
Siul Rasec (14.06.2007)