terça-feira, 16 de junho de 2009

Olha a proa

Remar. É o que tenho feito em boa parte de minhas tardes vazias. Iniciei-me na atividade há pouco mais de quatro meses mas já tripudiaria de McLuhan sugerindo o remo como extensão do homem. Desanuvia. Liberta. É a busca pelo equilíbrio. Até porque sem ele a porra do barco vira.
Outro dia vi numa camiseta que trazia a imagem de três potes de pílulas – tranquilizante, viagra e analgésico –, a frase "a felicidade é química". Remar é melhor, só desconheço se produz resultados contra casos de disfunção erétil. Quem sabe num doble, aqueles barcos para duas pessoas? Ou dos maiores, para quatro, seis ou oito remadores. Uma puta suruba.
É só você, o barco e o lago. Sem rumo, sem hora pra chegar, num tempo medido não pelos ponteiros do relógio, mas pelo tensionamento dos músculos, um tempo orgânico, de dentro. 
Cada movimento é refletido no equilíbrio do barco, seja um canoi, um mini ou um longo skiff de fibra de carbono, leve, cortante. 
Navegar é preciso, viver não é preciso. E eu preciso remar para me manter não preciso.

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