terça-feira, 30 de junho de 2009
Enfim o livro
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Por detrás dos livros 4
Entrei no sistema da biblioteca, cujo acesso me era franqueado com a senha de meu supervisor, aquele merda que cagava regra por onde passava e que era sistematicamente sacaneado e boicotado por todos.
sábado, 27 de junho de 2009
Por detrás dos livros 3
Resolvi então revirar o lixo de Laura. Ler sua lista de livros, ou parte desses, para tentar entender um pouco mais daquele ser que tanto me encantava. A cada leitura nutrientes são absorvidos pelo corpo mental e armazenados em nossas memórias de curto, médio e longo prazos. De acordo com as necessidades futuras esses blocos informacionais são recuperados de nosso hard disk. Somos, portanto, constituídos de tudo que vemos, que ouvimos, que cheiramos, que pegamos, que comemos e, claro, que lemos ao longo da vida.
Com Laura não seria diferente e entrar em seu universo de palavras seria entrar em sua mente e, o que mais me excitava, entrar em seu corpo idílico.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Por detrás dos livros 2
A lista de livros de Laura me atraiu a atenção por ser breve mas ao mesmo tempo intrigante. Os livros da biblioteca geralmente são emprestados para finalidades distintas. Uns, retirados por bandos ruidosos, para atender às demandas criadas pelos professores dos mais diversos cursos. Para resolver problemas de provas, trabalhos práticos, seminários. Outros, em menor volume, se prestam ao entretenimento de seus leitores. Diversão, fruição, deleite. Os do primeiro tipo são geralmente maltratados e surrados, enquanto os outros, emprestados unicamente por vontade de seus leitores, são limpos, bem cuidados e, por vezes, até carinhosamente restaurados.
A lista de Laura reunia, estranhamente, as duas coisas:
O velho e o mar, de Ernest Hemingway;
Atlas de Anatomia Humana, de Henry Gray;
La musica de Julia, de Alicia Steimberg.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
terça-feira, 16 de junho de 2009
Olha a proa
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Filhotes
domingo, 14 de junho de 2009
Domingo de porco
sábado, 13 de junho de 2009
Ratos
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Dia dos Namorados
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Leitura
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Por detrás dos livros
Como me era de costume, recolhi da impressora a segunda via do recibo de empréstimo para analisar os livros que Ela acabara de emprestar da biblioteca. Me sentia como que revirasse os sacos de lixo deixados pelos vizinhos com a intenção de reconhecer nos resíduos abandonados seus hábitos de vida. O máximo que consegui revirando sacos de plástico azul transparentes foi saber quando a vizinha estava menstruada, quanto pediam de comida chinesa ou se alguém estava desarranjado. Não necessariamente nessa ordem.
Os livros não. Esses me sussurravam sobre o estado de espírito de seus leitores. Me entregavam paixões secretas e mágoas profundas. Me confidenciavam, como quem precisa de um cúmplice, a respeito de intenções perversas, de traições. Davam pistas sobre as diferentes mãos que os manusearam e passaram suas páginas. Dedos finos, longos e brancos, como os de uma pianista que acaricia e transfere calor para o frio marfim das teclas de um piano de 1/4 de cauda Zeitter & Winkelmann. Dedos curtos e de unhas roídas capazes de operar milagres com uma lapiseira Pentel 0,9 sobre o papel macio de um moleskine capa dura. Dedos sujos, com pó de carvão, cheiro de verniz fixador e restos de tinta sob as unhas mal aparadas. Dedos aristocráticos, hidratados, com unhas pintadas a esmalte claro e pontas francesas, sem calos, sem manchas, sem vida.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Evaporar
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar
Como se morrer
Fosse desaguar
Derramar no céu
Se purificar
Ahh deixa pra trás
Sais e minerais, evaporar!"
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Coisas sábias
domingo, 7 de junho de 2009
+ coisas
Nasci pro mar
Me falta o ar,
Nasci pro mar.
Saltei do cais,
Senti os corais.
O azul tingiu,
Perdi o navio.
Subiu a maré,
Vem, iemanjá.
Nasci e morri,
no mesmo dia em que vi o mar.
Fugiu a areia,
Ouvi a sereia.
Provei do sal,
Fiquei sem nau.
Nublou-me o sol,
Sem nem farol.
Me falta o ar,
Morri no mar.
Nasci e morri,
no mesmo dia em que vi o mar.
Siul Rasec (14.06.2007)
sábado, 6 de junho de 2009
Coisas
Meu Neto
Passavam das oito da manhã quinze minutos quando o telefone chama e do outro lado meu segundo filho me surpreende com a notícia de que meu primeiro neto acabara de nascer. O escroto, não do meu neto, mas do meu filho, mas não o escroto de fato e sim a escrotice, fez com que ele e minha nora, que nesta época andava às voltas com exercícios de yoga e técnicas de acompanhamento do trabalho de parto, resolvessem toda a tensão do momento com uma calma samaritana. Meu filho, não bastasse ter assistido tudo de perto, ainda garantiu a integridade física de minha nora e de sua dignidade. O mesmo filho que desmaiou ao ver uma incisão de pouco mais de um centímetro de largura na pata de uma cadela pastor alemão que tivemos.